quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Rotina .

As vezes quando consigo dar um tempo de tudo, quando me livro das raivas e dos conflitos do cotidiano e consigo ficar sozinha, começo a pensar.
Hoje não é um bom dia pra ficar no PC e nem em frente a televisão. Não, hoje eu só quero escrever meus textos pra depois postá-los no blog.
Em meu momento reflexivo tento não pensar em você. Mas é impossível.
Já que percebi que minhas tentativas de não pensar em você são banais, resolvo sonhar. Sonhar acordada, pois só assim posso sonhar o que eu quiser.
Percebo que há um sentimento tomando conta de mim, mas não consigo decifrá-lo. Não sei se é raiva de não ter o que eu quero [você], ou se é tristeza de não ter você por perto, ao meu lado.
O sono começa a apertar, as minhas vistas escurecem e meu ouvido só é capaz de escutar o barulho da caneta ao fazer os pingos nos ís, e a cachorra de estimação que late sem cessar  como um pedido de carinho; talvez se eu clamasse como ela faz também conseguiria meu lugar ao sol.
Levanto a cabeça como uma tentativa inútil de despertar do sono, e enquanto olho pra cima, observo meu quarto e as inúmeras formas de rotina que o cercam, como meu uniforme em cima da cama, meu material no meu guarda-roupas. Rotinas essas que tiram a aventura de viver intensamente.
Agora os latidos da cachorra não são mais incômodos, pelo contrário. Posso estar enlouquecendo, mas já consigo imaginar batidas ritimadas com o som de seus latidos. Sim, música!
Os latidos se cessaram, já não posso mais ouví-los. Agora, somente o barulho da caneta que passa ligeiramente sobre o papel, formulando várias frases.
A chuva está caindo, e o barulho das gotas se junta ao da caneta, o que me dá uma certa nostalgia. A chuva me faz querer pensar, refletir e escrever, mas o sono contraria essa vontade.
O cansaço vence, e me preparo pra ir dormir.
Agora somos só eu e meu fone de ouvidos. Enquanto escuto "Boys like Girls" me lembro do início de tudo. De quando eu era apenas mais uma pessoa querendo se refugiar.
Meus olhos se fecham. Eu dormi! Sei disso porque não me lembro de mais nada.
A última lembrança desse dia foi essa música. Amanhã, que sabe não seja você!

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